As gerações desempenham um papel crucial na forma como lidamos com nossas finanças. Desde os hábitos dos Baby Boomers até às práticas da Geração Z, o modo de tratar o dinheiro tem evoluído sobremaneira. Como cada geração administra seu dinheiro e quais são as diferenças e semelhanças entre as atitudes financeiras dos Boomers, X, Millennials e Z?
Um estudo conduzido pela Ipsos, a pedido do Nubank, revela como essas gerações no Brasil, Colômbia e México estão interagindo com produtos e serviços financeiros, destacando um uso convergente do Pix, mas métodos diversos de integração com o digital. Vamos então mergulhar nas particularidades da gestão financeira entre as diferentes gerações.
Diversidades e convergências: das raízes à digitalização

A Geração Z e os Millennials compartilham vínculos ao se adaptar aos serviços financeiros digitais. Os Millennials, nascidos entre 1984 e 1998, e a Geração Z, que compreende aqueles nascidos de 1999 a 2009, revelam semelhanças marcantes no uso de plataformas online para gerenciar finanças. No entanto, enquanto 26% dos Z nunca depositaram num caixa eletrônico, apenas 10% dos Millennials compartilham essa experiência.
Os serviços financeiros virtuais, embora populares, ainda são uma novidade para muitos. Ainda assim, tanto a Geração Z quanto os Millennials começam a se familiarizar com serviços como transferências eletrônicas e carteiras digitais. Suas experiências financeiras são muitas vezes mediadas por interações de aplicativos, desmitificando o abismo digital e incorporando novas ferramentas financeiras em seu dia a dia, como cartões virtuais, que 13% de ambos os grupos ainda estão por explorar.
Proximidades entre Geração X e Baby Boomers
A Geração X e os Baby Boomers demonstram um contraste mais acentuado na adoção de tecnologias financeiras digitais. Nascidos entre 1964 e 1983, a Geração X incorpora tecnologias como cartões de crédito virtuais bem mais que os Baby Boomers, nascidos entre 1945 e 1963. Enquanto quase 50% dos Boomers não utilizam essas ferramentas, a Geração X já explora o meio digital, com 24% usando cartões de crédito virtuais, refletindo uma gradual transição tecnológica.
Essa geração intermediária, no auge do contato profissional e pessoal com inovações, tende a equilibrar o tradicional e o digital, proporcionando um ponto de convergência que evidencia um avanço experimentado cautelosamente. Mesmo se inclinando para inovações, a Geração X mantém um pé em práticas mais conservadoras, reconhecendo o valor do tangível e do atendimento humano em experiências financeiras, mas não se privando das eficiências e conveniências do digital.
Os Boomers, por outro lado, mostram resistência que não é meramente tecnológica, mas também cultural. A adaptação não é imediata, o que os mantêm mais próximos de métodos tradicionais. Com a sofisticação tecnológica acontecendo, contudo, começa-se a perceber que essas gerações veteranas lentamente reconhecem a necessidade e os benefícios proporcionados por soluções como carteiras digitais, revelando uma abertura para integrações futuras limitadas mas crescentes.
A educação financeira ao longo das eras
Educação financeira é um elemento progressivo que evolui com cada geração. A pesquisa mostra que o contato com a alfabetização financeira é crescente de geração em geração. Entre os Baby Boomers, 46% relataram aprendizado financeiro formal, enquanto esse número aumenta para 70% na Geração X e atinge 81% nos Millennials. Focando no futuro, a pesquisa não especificou um número para a Geração Z, mas há indícios de que esses jovens estão no limiar do aprendizado sobre finanças.
Com o avanço das plataformas digitais e o aumento do acesso à informação, a educação financeira está se tornando uma ferramenta vital de empoderamento econômico. As gerações mais recentes têm se mostrado mais atentas e proativas na busca de conhecimento sobre gestão financeira, recorrendo frequentemente a aplicativos e portais de instituições financeiras como fontes primárias de informação.
O interesse em educação financeira reflete um desejo crescente de segurança econômica e independência, com 84% dos entrevistados expressando busca ativa por melhoria em suas competências nessa área. Esse é um sinal positivo de que as próximas gerações estarão mais preparadas para enfrentar desafios econômicos com conhecimento e consciência financeira.
Adaptação digital e o uso do Pix
Uma semelhança que perpassa todas as gerações é a adoção do Pix. Apontado como a solução de pagamento mais utilizada, é visto que três em cada quatro entrevistados utilizam regularmente esse meio. Essa ferramenta financeira é, sem dúvidas, uma ponte que conecta distintas preferências geracionais em um ambiente financeiro integrado e moderno, provando ser uma implementação universalmente aceita e celebrada no Brasil.
Enquanto cada geração tem seu próprio ritmo de adaptação tecnológica, a aceitação do Pix é um testemunho da eficácia e singularidade do sistema que atende a uma demanda de eficiência, segurança e rapidez em transações. Ele simboliza uma evolução natural na forma como nos relacionamos com o dinheiro, ao transformar métodos de pagamentos obsoletos em experiências praticamente invisíveis, mas poderosas.